AI and the Future of Education

Vídeo: https://youtu.be/-d2VRgej_cY?si=DwsbuuMlDP1f27jV

Canal: Plastico Film
Data de publicação: 29 de junho de 2023
Direção e Produção: Aldo Montesano
Entrevistados: Gunay Kazimzade, Cedric Sauviat, Fabian Westerheide, Annika Nadja Smit, Thiébaut Weber, Daniel Göhring, Florian Buttollo, Aljoscha Burchardt, Matthias Wählisch, Martin Schlüßer, Asheesh Advani, Saadia Zahidi, Mariéme Jamme, Raul Rojas, Holger Behnsen, Hadi Partovi, Michael Feindt, Yuval Noah Harari e Zach Klein.
Duração: Aproximadamente 30 minutos
Tema: Educação e Inteligência Artificial

O documentário “AI and the Future of Education“, dirigido por Aldo Montesano, investiga como a inteligência artificial (IA) pode transformar a educação, não apenas em termos de tecnologia, mas no próprio significado do aprendizado, levantando questionamentos relevantes, adequados ao momento histórico em que vivemos, onde o ritmo das mudanças tecnológicas está cada vez mais acelerado e difícil de acompanhar. Para tentar responder aos seus questionamentos, o documentário reúne especialistas de diferentes áreas como pesquisadores em sistemas de IA, empreendedores, pedagogos, cientistas da computação, pesquisadores em educação e tecnologia, ativistas tecnológicos, professores, entre outros. O documentário aborda as oportunidades e os riscos da integração da IA na educação, destacando questões de acessibilidade, competências futuras e a preservação da humanidade em meio à revolução tecnológica.

Algumas das principais ideias do documentário, são:

Transformação do Papel do Professor

A IA está reconfigurando o papel do professor. Gunay Kazimzade, pesquisadora de sistemas de IA, explica que os educadores estão deixando de ser transmissores de conhecimento para assumirem o papel de mentores, guiando os alunos no desenvolvimento de pensamento crítico e habilidades criativas. Já Michael Feindt, analista de dados, reforça essa ideia ao argumentar que, na era digital, “o conhecimento em si já não é valioso”, pois está amplamente acessível online, sendo prioridade, portanto, a aplicação e criação a partir desse conhecimento.

Crítica ao Sistema Educacional Atual

O documentário aponta que o sistema educacional ainda opera com métodos ultrapassados e rígidos, concebidos ainda na era industrial, onde tornou-se necessária a criação de escolas que ensinassem e educassem os futuros trabalhadores de forma padronizada. Hadi Partovi, CEO da Code.org, critica como as escolas continuam ensinando currículos projetados para uma realidade tão diferente, negligenciando a realidade tecnológica em que vivemos, onde a programação e a ciência da computação, por exemplo,  seriam adequadas de serem ensinadas, mesmo assim, ainda não fazem parte dos planos escolares. Já Zach Klein, empreendedor e investidor, destaca a necessidade de mudar um modelo educacional que incentiva a padronização e a competição, em vez de estimular a curiosidade e a variedade de interesses. Para Annika Nadja Schmidt, pedagoga, a lenta adaptação do sistema educacional às mudanças tecnológicas está enraizada na tradição e na dificuldade de imaginar e aceitar alternativas.

Habilidades para o Futuro

Saadia Zahidi, diretora administrativa do Fórum Econômico Mundial, aponta que, nos próximos cinco anos, 40% das competências necessárias para empregos atuais mudarão, e à medida que o mercado de trabalho se transforma, habilidades como criatividade, inovação, iniciativa, pensamento analítico e aprendizado contínuo se tornarão cada vez mais indispensáveis. Além disso, Matthias Wählisch, cientista da computação, enfatiza a importância de alfabetização em IA desde cedo, ensinando crianças a serem indivíduos conscientes e confiantes no mundo digital, sendo capazes, por exemplo, de compreender e questionar algoritmos.

Já Thiébaut Weber, especialista em IA, chama a atenção para a necessidade de investimento público e privado em competências sociais e comportamentais para lidar com máquinas e humanos, destacando essa habilidade como um diferencial essencial para o futuro.

Desafios de Acessibilidade e Inclusão

Existe uma disparidade global no acesso às tecnologias educacionais, onde escolas privadas em países desenvolvidos desfrutam de recursos avançados, enquanto instituições públicas e países em desenvolvimento enfrentam limitações. Thiébaut Weber relaciona essa desigualdade à falta de investimento em educação devido a políticas de austeridade, enquanto Mariéme Jamme, ativista tecnológica, lança o olhar sobre a responsabilização de quem detém o poder de distribuição: quem está distribuindo essas tecnologias e quem realmente tem acesso a elas? Estes teriam nas mãos a responsabilidade em promover uma verdadeira inclusão de recursos tecnológicos.

Os Riscos da Dependência Tecnológica

Apesar das promessas, a IA também traz preocupações, como alerta Gunay Kazimzade para o risco de isolamento social, especialmente com o uso de robôs personalizados que podem substituir interações humanas. Outros especialistas, como Cedric Sauviat, temem que a dependência de algoritmos reduza a capacidade crítica dos usuários, criando uma sociedade mais vulnerável à manipulação.

Educação Continuada e Inovação

O aprendizado ao longo da vida é apresentado como uma resposta aos desafios do futuro, onde a educação híbrida, combinando aprendizado online e presencial, poderia oferecer soluções acessíveis e inclusivas. Zach Klein destaca a importância de adaptar o sistema educacional para promover a curiosidade e a flexibilidade, preparando os alunos para carreiras múltiplas e mudanças constantes.Conclusão: Preparar para a Vida, Não Apenas para o Trabalho

O documentário conclui com um apelo para que a educação seja uma ferramenta de crescimento humano e não apenas um meio de treinamento para o mercado de trabalho, destacando a importância de preservar a humanidade e a criatividade em meio à adoção tecnológica, enfatizando que o verdadeiro objetivo da educação é preparar indivíduos para uma vida plena e significativa. Como afirma Thiébaut Weber, “a educação deve capacitar, não pressionar”.

Crítica

O documentário é uma provocação oportuna, que coloca em debate um tema que já não se pode ignorar, pelo contrário, deve ser cada vez mais incentivado, principalmente no meio educacional, levando educadores a refletir sobre como preparar as próximas gerações para um mundo de mudanças muito rápidas sem perder de vista a humanidade que nos define, compreendendo e assumindo o seu papel de mentor.

Apesar da generalização sobre o sistema educacional, que é colocado como sendo “totalmente inútil”, ignorando nuances dos diferentes contextos culturais e educacionais, o vídeo levanta questionamentos muito válidos sobre as mudanças necessárias no atual sistema, que não depende somente das iniciativas públicas, mas também do setor privado para conseguir se adequar à realidade tecnológica atual e que está prevista. Os desafios do setor educacional, expostos pelo documentário, precisam ser enfrentados com o apoio da própria tecnologia, especialmente por meio da educação aberta que não apenas conecta indivíduos e rompe barreiras físicas e culturais, mas também promove o aprendizado de maneira adaptada, colaborativa e inclusiva, alinhada às demandas de uma sociedade em constante evolução.

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