É com grande satisfação que apresento esta reflexão sobre o percurso na unidade curricular de Avaliação em Contextos de E-learning, um semestre que se revelou muito enriquecedor e desafiante. O trabalho desenvolvido nas quatro atividades propostas permitiu-me aprofundar conhecimentos e desenvolver competências essenciais para a minha formação no Mestrado em Pedagogia do E-Learning.
Gostaria de reforçar o quão gratificante foi o trabalho colaborativo ao longo do semestre. Primeiramente, em parceria com a colega Célia Ferreira, e posteriormente, em grupo, com a Célia e o colega Rui Rodrigues. As várias reuniões de estudo e a aprendizagem conjunta foram fundamentais para o sucesso das tarefas, permitindo-nos concluir todas as atividades propostas com êxito. Foram, de facto, atividades muito desafiantes e interessante.
Refletindo sobre as atividades, destaco os seguintes aspetos:
Atividade 1: Avaliação Pedagógica – Caminhos de mudança: Reforma da Avaliação no Ensino Superior
Realizada em parceria com a colega Célia Ferreira.
Esta atividade inicial proporcionou uma base teórica sólida, ao analisar a reforma da avaliação no ensino superior. Abordámos a crítica ao modelo tradicional de avaliação, focado na certificação e muitas vezes “oneroso, discreto, uniforme, inautêntico e antiquado”, em detrimento da aprendizagem a longo prazo.
Explorámos a necessidade de uma avaliação com propósitos múltiplos: sumativa (certificação), formativa (feedback) e, crucialmente, sustentável (desenvolvimento da capacidade de autoavaliação).
O trabalho destacou a convergência entre os autores Boud (2020) e Pinto (2016) na defesa de uma abordagem mais complexa, contextualizada e centrada na aprendizagem e no desenvolvimento integral dos alunos. A avaliação deve ser vista como uma ferramenta para promover a aprendizagem, e não apenas como controlo, defendendo modelos mais flexíveis, participativos e reflexivos, integrados ao currículo.
Atividade 2: Infográfico “Planeando uma estratégia de avaliação” (Capítulo 7)
Realizada em parceria com a colega Célia Ferreira.
Esta atividade, que representou um resumo do Capítulo 7 com o título “Planeando uma estratégia de avaliação”, foi essencial para sintetizar e conceptualizar visualmente os princípios e passos necessários para a conceção de um plano avaliativo eficaz.
Permitiu-nos consolidar o entendimento sobre a importância de planear a avaliação de forma coerente e intencional, alinhando-se com os princípios de avaliação que mais tarde seriam aplicados e refletidos noutras atividades, como a transparência, autenticidade e consistência.
Foi muito interessante ver, no final, todos os infográficos juntos, correspondendo a todos os capítulos do livro sugerido “Assessment Strategies for Online Learning Engagement and Authenticity de Diane Conrad e Jason Openo (2018)”.
Atividade 3: Ensaio “Avaliação Autêntica na Era da Inteligência Artificial: Repensando Práticas e Perspetivas”
Esta atividade, individual, foi particularmente instigante pela inovadora coautoria com a ferramenta de Inteligência Artificial Claude 4 Sonnet. O processo foi dividido em quatro fases: Análise Documental, Conceptualização, Estruturação Argumentativa e Redação Colaborativa.
A IA demonstrou eficiência na análise e síntese de grande volume de literatura, contribuindo para a estruturação lógica e o refinamento linguístico do ensaio. Contudo, a minha atuação como autor humano foi crucial na definição das orientações conceptuais, posicionamentos críticos e na garantia de coerência, evidenciando as limitações da IA em aspetos como a contextualização cultural e o conhecimento situado.
O ensaio aprofundou a relevância da avaliação autêntica – baseada na conexão entre a experiência educativa e o mundo real – face aos desafios do paradigma tradicional.
Explorou as potencialidades transformadoras da IA na avaliação, como a automatização, personalização, avaliação contínua e feedback automatizado, mas também os riscos como a erosão da expertise profissional, opacidade dos processos e questões de equidade.
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A discussão sobre a avaliação sustentável (Boud, referenciado por Oliveira e Pereira, 2021) e a autorregulação ganhou nova dimensão com a análise de como a IA pode apoiar estes objetivos através de feedback contínuo e análise de padrões de aprendizagem.
A conclusão apontou para a necessidade de modelos híbridos humano-IA, orientados por princípios como a transparência, equidade, preservação da autenticidade, desenvolvimento humano e aprendizagem contínua, sublinhando que o papel humano permanece central.
Atividade 4: Instrumento de Avaliação para o Curso de Literacia Mediática
Realizada em grupo com a Célia Ferreira e o Rui Rodrigues, esta atividade representou a aplicação prática dos conhecimentos adquiridos, na criação de um instrumento de avaliação para um curso online de Literacia Mediática.
O instrumento foi concebido com base no Modelo PrACT (Praticabilidade, Autenticidade, Consistência e Transparência), promovendo uma avaliação sustentável em ambiente digital.
Desenvolvemos uma matriz de avaliação completa do curso, detalhando o que, como, quem, com que normas e como comunicar os resultados para diversas competências.
Incluímos uma rubrica detalhada para a avaliação da competência de verificação de factos, fornecendo critérios claros e graduais.
Um ponto de destaque foi a adição, após sugestões valiosas dos colegas, do “Checklist de Autorreflexão para Monitorização da Aprendizagem”. Esta ferramenta, composta por perguntas orientadoras, visa promover a consciência crítica e a metacognição dos formandos antes da avaliação formal.
Foram também delineadas diversas estratégias de feedback (escrito individual, automático, em áudio, coletivo e entre pares), fundamentais para a autorregulação da aprendizagem.
Os princípios orientadores da avaliação (transparência, autenticidade, consistência, praticabilidade, formação e autorregulação) foram cuidadosamente integrados no design do instrumento, refletindo o alinhamento com as abordagens teóricas estudadas.
Conclusão
Em suma, o percurso nesta unidade curricular foi uma jornada de aprendizagem coesa e progressiva. Iniciando com a compreensão crítica dos fundamentos da avaliação, passando pela planificação estratégica, aprofundando a complexa interação entre a avaliação autêntica e a Inteligência Artificial e culminando na aplicação prática e inovadora do design avaliativo.
A experiência de trabalhar em equipa, aprofundar temas de vanguarda como a IA na educação e conceber instrumentos de avaliação práticos e alinhados com os desafios do e-learning foi extremamente valiosa. Sinto-me agora mais preparado para abordar a avaliação em contextos digitais de forma crítica, ética e inovadora.
Agradeço a oportunidade de ter participado nesta unidade curricular, que superou as minhas expectativas em termos de desafio e relevância.